O termo “legume” significa geralmente as partes comestíveis das plantas, sendo contudo esta definição tradicional e não científica. Por isso o uso da palavra legume é algo arbitrária e subjectiva, sendo determinada pelos costumes culturais e de selecção na preparação de alimentos.
De uma forma geral, uma planta ou parte de uma planta que é consumida pelos humanos é considerada como um legume. Os cogumelos, embora pertencente ao reino biológico dos fungos, são também considerados como legumes, pelo menos no sector do comércio e retalho. As nozes, sementes, grãos, ervas aromáticas e especiarias não são consideradas como legumes, embora sejam partes comestíveis de plantas.
No geral, os legumes são considerados pelos cozinheiros como adequados para integrarem pratos salgados, em vez de pratos doces, embora existam excepções, como é o caso da abóbora.
Alguns legumes podem ser consumidos crus ou cozinhados, como a cenoura, o pimento e o aipo, enquanto que outros, como a batata, são tradicionalmente consumidos cozinhados. Podem ser consumidos em uma grande variedade de formas, como parte de refeições principais, aperitivos ou em forma de sumo. O conteúdo nutricional dos legumes varia consideravelmente, embora contenham geralmente uma pequena percentagem de proteínas e de gorduras, e uma percentagem elevada de vitaminas, dietéticos minerais, fibras e hidratos de carbono. Muitos dos legumes contêm também fotoquímicos, compostos fundamentais para a saúde do organismo com características antioxidantes, anti bacterianas, anti fúngicas, anti virais e anti cancerígenas.
Abóbora
Tal como as courgettes, as abóboras são também membros da famíliaCucurbitaceae. As suas cascas são duras e bastante difíceis de furar, o que lhes permite ter longos períodos de armazenamento (entre um a seis meses). A carne da abóbora tem um sabor adocicado, com todas as variedades a conterem interiores ocos onde se localizam as sementes.
Estamos a começar a descobrir a riqueza nutricional fornecida pela abóbora, um legume cuja importância era tão elevada para os nativos americanos que chegavam a enterrar os seus mortos juntamente com abóboras como refeição para a última viagem. As abóboras estão disponíveis de Agosto a Março, sendo preferível consumi-las de Outubro a Novembro.
Acelga
A acelga é um legume de folha verde e cientificamente conhecida como Beta Vulgaris. Tem um talo crocante e espesso ao qual as folhas se encontram anexadas, podendo ser lisas ou enrugadas, dependendo da variedade. O pedúnculo, que pode medir quase dois metros de comprimento, vem como uma grande variedade de cores, entre branco, vermelho, amarelo ou laranja. Surgem por vezes em alguns mercados molhos de múltiplas variedades a que chama “acelgas arco-íris”.
A acelga pertence à mesma família da beterraba e dos espinafres e partilha o mesmo perfil de sabor: tem a amargura da beterraba e o teor ligeiramente salgado das folhas de espinafre. Tanto o caule como as folhas da acelga são comestíveis, embora os caules variem em textura, com os brancos a serem os mais tenros.
A acelga é um dos legumes mais completos para a nutrição humana, possuindo uma lista verdadeiramente impressionante de nutrientes. Embora a acelga esteja disponível ao longo de todo o ano, a sua temporada vai de Junho a Agosto, e é nesta altura que existe em maior abundância e possui os melhores valores nutricionais.
Alface
As palavras alface e salada são praticamente indissociáveis, já que a grande maioria das saladas são predominantemente feitas de tenras e verdes folhas de alface. A maioria das alfaces exalam pequenas quantidades de um líquido branco e leitoso quando as suas folhas são quebradas. Esse “leite” atribui à alface um sabor ligeiramente amargo e está na origem do seu nome cientifico, Lactuca Sativa, já que Lactuva deriva da palavra latina para “leite”.
As alfaces podem ser classificadas em várias categorias, mas as mais comuns são:
Alface Romana: também conhecida como Alface-orelha-de-mula, esta variedade de alface tem folhas de um verde profundo, com uma textura crocante e sabor intenso.
Alface Repolhuda (Alface Iceberg): com folhas verdes no exterior e no interior folhas esbranquiçadas e doces, esta variedade tem uma textura fresca e aquosa e sabor suave. A mais conhecida deste tipo de alface é a variedade Iceberg.
Alface Butterhead: este tipo de alface tem folhas grandes que formam a cabeça e que pode ser facilmente separada do caule. Tem um sabor suave e adocicado. As variedades mais conhecidas são a alface tipo Boston e a alface tipo Bibb.
Alface-crespa: apresenta folhas amplas e encaracoladas que podem ser verdes e/ou vermelhas com um sabor delicado e crocante.
Alho
Para um vegetal tão pequeno, o alho (Allium Sativum), tem uma grande, e bem merecida, reputação. Este membro da família das liliáceas, um primo das cebolas, alhos franceses e cebolinho, pode transformar qualquer refeição numa saudável e aromática experiência culinária.
O alho está organizado num bolbo, chamado de “cabeça”, e formado por um conjunto de “dentes”. Tanto o bolbo como os dentes são cobertos por uma capa de casca fina que pode ser branca, rosa ou roxa.
Os dentes de alho são de cor branca, e apesar de terem uma textura firme, podem ser facilmente cortados ou esmagados. O sabor do alho não tem paralelo, pois atinge o paladar com uma forte pujança envolta numa subtil doçura.
As cabeças de alho, em forma de gota, variam na dimensão, contudo, medem em média cerca de 4 centímetros de altura por dois centímetros de largura no seu ponto mais largo.
Alho francês
O Alho Francês, cientificamente conhecido como Allium Porrum, está relacionado com o alho, cebola e chalotas. Ppossui um bolbo pequeno e um longo caule branco e cilíndrico de camadas sobrepostas que flui para folhas de coloração verde, hermeticamente seladas e lisas.
Os alhos franceses têm aproximadamente 25 cm de comprimento e de 3 a 5 cm de diâmetro. Apresentam um sabor relacionado com o odor que emanam, uma característica que faz lembrar as chalotas, mas mais doce e subtil. A parte comestível é a parte branca e verde clara do caule, cuja parte mais tenra pode ser comida, mas que há medida que o alho francês envelhece, adquire um leve sabor a madeira.
Azeitona
As azeitonas são o fruto da árvore conhecida com Oliveira, ou Olea Europaea. “Olea” é a palavra latina para “petróleo”, reflectindo o alto teor de gordura das azeitonas, das quais 75% é ácido oleico, uma gordura monoinsaturada que consegue baixar os níveis de colesterol no sangue. “Europaea” lembra-nos que as azeitonas são nativas da zona mediterrânica da Europa.
As azeitonas não podem ser comidas directamente a partir da árvore, visto ser necessário um tratamento especial para reduzir a sua amargura natural. Estes métodos de tratamento variam de acordo com a zona de cultivo, o sabor desejado, textura ou mesmo a cor a ser obtida.
Algumas azeitonas são colhidas ainda verdes, enquanto que outras amadurecem plenamente na árvore até atingirem uma cor negra. Contudo, nem todas as azeitonas pretas que consumimos amadureceram na árvore, visto a exposição de azeitonas verdes ao ar, através de métodos específicos, e a consequente oxidação transformarem a cor verde para preta.
Para além da cor original da azeitona determinar as suas características finais, a cor é afectada por uma variedade de métodos de transformação a que as azeitonas são submetidas, incluindo fermentação, serem curadas em óleo ou água ou salmoura. Estes métodos podem causar não só que a azeitona adquira uma cor preta, marrom, vermelha ou mesmo amarela, como também afectam a textura da pele, causando-a lisa e brilhante ou enrugada.
O azeite está disponível numa grande variedade de qualidades que reflectem o grau a que a azeitona foi processada. O azeite extra-virgem é obtido a partir do óleo não refinado da primeira prensagem. O azeite virgem também é derivado da primeira prensagem, mas tem um maior nível de acidez que o extra-virgem (bem como menos fitonutrientes e um sabor menos delicado). Quimicamente, a diferença entre o azeite extra-virgem e o azeite virgem está relacionada com a quantidade de ácido oleico livre, um dos marcadores para a acidez total. De acordo com as normas aprovadas pelo Conselho Oleícola Internacional, “virgem” pode conter até 2% de ácido oleico livre, enquanto que o “extra-virgem” pode conter até 0,8%. O azeite puro tem uma menor qualidade e é obtido a partir de prensagens posteriores.
Batata doce
Dependendo da variedade, entre as cerca de 400 disponíveis, a pele e polpa da batata doce pode variar numa gama de branco, amarelo, laranja, rosa e roxo, apesar das cores branco e amarelo ou laranja serem as mais comuns. Por vezes este legume adquire a forma clássica da batata, curta e arredondada, e por vezes adquire uma forma mais alongada e cónica.
A intensidade da cor está directamente relacionada com o índice de beta-caroteno que possui. O beta-caroteno, mais presente na variedade amarela ou cor de laranja, é utilizado pelo nosso organismo para produzir vitamina A, sendo por isso denominado de “provitamínico A”. As variedades com polpa rosa ou roxa, por outro lado, são uma boa fonte de antocianinas e têm a mais alta taxa de antioxidantes entre todas as espécies. Num estudo efectuado para esse efeito, a actividade antioxidante da batata doce de cor roxa foi 3,2 vezes superior ao do mirtilo. Curiosamente, a actividade antioxidante na pele da batata doce, independentemente da sua cor, é três vezes mais elevada do que na polpa.
As batatas doces são agrupadas em duas categorias diferentes, dependendo da textura que têm quando cozinhadas: algumas são firmes e secas, enquanto que outras são suaves e húmidas. Em ambos os tipos o sabor é doce e amiláceo.
A batata doce pertence à família das Convolvulaceae e o seu nome cientifico éIpomoea Batatas.
Batatas
Quer se trate de puré, fritas, assadas ou cozidas, muitas pessoas encaram a batata como um alimento confortante. Este sentimento provavelmente inspirou o nome cientifico da batata, Solanum Tuberosum, já que Solanum é um derivado de uma palavra latina que significa “calmante”. O nome da batata também reflecte que este legume pertence à família Solanaceae, cujos membros incluem os tomates, beringelas ou pimentos.
Existem cerca de 100 variedades de batatas comestíveis que variam em tamanho, forma, cor, sabor e teor de amido. São classificadas como batata madura (as batatas de grandes dimensões com que estamos familiarizados) e batata nova (batatas que são colhidas antes da maturidade e que são de menor dimensão).
A pele da batata é geralmente castanha, vermelha ou amarela, e pode ser lisa ou áspera, enquanto que a polpa é amarela ou branca. Existem outras variedades que apresentam uma bonita pele roxo-cinza e uma polpa violeta.
Como as batatas têm um sabor neutro a amiláceos, servem como acompanhamento para muitas refeições. A sua textura varia um pouco, dependendo da preparação, mas que pode ser descrita, em termos gerais, como rica e cremosa.
Beringela
A beringela é um legume muito apreciado pela sua beleza, bem como pelo seu sabor e textura única. As beringelas pertencem à família das plantas “Solanaceae”, e que são familiares do tomate, batata e pimentos. A beringela cresce de uma forma muito parecida com o tomate, pendurado a partir de uma planta que cresce a vários metros de altura.
A mais popular variedade de beringela tem a forma de uma pêra oval, uma característica pela qual o seu nome é conhecido nos Estados Unidos (Eggplant). A pele é brilhante e de uma profundidade de cor púrpura, enquanto que a carne adquire uma consistência esponjosa. Contidas dentro da carne da beringela estão dispostas as sementes num padrão cónico.
Para além desta variedade de beringela, também existem muitas outras variedades de cores, incluindo lavanda, verde jade, laranja, amarelo e branco, e de muitos outros tamanhos e formas, que vão desde um pequeno tomate a uma grande abobrinha.
Apesar de alterar ligeiramente de sabor e textura de acordo com a sua variedade, podemos descrever a beringela como tendo um agradável sabor amargo e textura esponjosa. Em muitas receitas, a beringela cumpre o papel de ser um ingrediente complementar que equilibra os sabores de outros ingredientes mais pronunciados.
Beterraba
A beterraba pertence à família das Amaranthaceae-Chenopodiaceae. Embora tipicamente adquiram um belo tom vermelho-púrpura, também existem variedades de beterraba de raiz dourada ou branca. Não importando a sua cor, a raiz de beterraba não é tão robusta quanto aparenta; o mais pequeno hematoma causará que a beterraba liberte pigmentos vermelhos, que contêm anticianinas benéficas (flavonóides), especialmente durante o cozimento.
O doce sabor da beterraba reflecte a seu elevado teor de açúcares, o que a torna uma importante fonte para a produção de açúcar refinado. A raiz de beterraba crua tem uma textura crocante que se transforma em cremosa, quase amanteigada, depois de cozida. A beterraba é o principal ingrediente da tradicional sopa do leste europeu, o borsch, e embora seja deliciosa crua (em saladas por exemplo) é tipicamente comida cozida.
As folhas de beterraba têm um sabor amargo, mas possuem uma personalidade viva e alegre. As folhas são extremamente ricas em nutrientes, com uma alta concentração de vitaminas, minerais e carotenóides (beta-caroteno, luteína e zeaxantina) e podem ser preparadas tal como os espinafres.
Cebola
As cebolas podem trazer atrás uma lágrima no olho, mas certamente irão também trazer deleite e sabor às suas papilas gustativas. A cebola, cientificamente conhecida como Allium Cepa, é à superfície um bolbo de um humilde castanho, branco ou tinto, e coberto por um papel fino e esfolhado. Contudo, e apesar da sua aparência simples, a cebola tem um sabor intenso.
As cebolas apresentam-se numa grande gama de tamanhos, cores e gosto, dependendo da sua variedade, e são um dos mais antigos legumes conhecidos da humanidade. Encontram-se numa grande panóplia de receitas que abrangem quase todas as culturas culinárias do mundo. As cebolas estão disponíveis frescas, congeladas, em conserva, enlatadas ou mesmo desidratadas. Dependendo da variedade, uma cebola pode ser forte, subtil, picante ou doce.
Cenoura
Dificilmente o prato favorito de Bugs Bunny precisa de uma descrição, já que as cenouras são bem conhecidas e amadas por crianças e jovens de todo o mundo. Os benefícios das cenouras são lendários. Com certeza que a sua mãe também lhe disse que comer cenouras faz os olhos ficarem bonitos e melhora a visão e acuidade visual.
As cenouras estão habitualmente associadas com a cor laranja, mas de facto, existem outras variedades de cenouras com muitas outras colorações, entre o branco, amarelo ou roxo, com a última a ser a cor da variedade original.
A cenoura é uma planta com uma grossa, carnuda e colorida raiz, que cresce no subsolo, e uma ramificação de folhas verdes que surgem acima do solo. É conhecida cientificamente como Daucus Carota, um nome que pode ser rastreado até aos romanos antigos do século III.
As cenouras pertencem à família das Umbelíferas, cujo nome advém da formação em guarda-chuva que estas plantas adquirem. Como tal, as cenouras estão relacionadas com o funcho, cominho e endro. Existem mais de 100 variedades diferentes de cenouras que variam em tamanho e em cor, podendo ser tão pequenas quanto 5 cm e tão grandes quanto 90 cm, e variando de 1 a mais de 5 cm de diâmetro. A raiz da cenoura (a parte comestível) tem uma textura crocante e um sabor doce.
Cogumelos
Os cogumelos são tão misteriosos quanto são deliciosos. Embora sejam muitas vezes confundidos e preparados como legumes, os cogumelos são na realidade fungos, um tipo especial de organismo vivo que não tem raízes, folhas, flores ou sementes. Embora possam ser cultivados, os cogumelos crescem de forma selvagem em muitas regiões do mundo.
Os cogumelos em forma de botão geralmente assemelham-se a pequenos guarda-chuva, com uma cobertura densa anexada a um caule que poderá ser curto ou comprido, grosso ou fino. Existem muitas variedades de cogumelos, sendo os mais comuns os cogumelos brancos, cogumelos crimini e cogumelos portobelo. De todos estes, o cogumelo branco é o que se encontra mais facilmente, e que, muitas vezes, adorna as saladas. O cogumelo crimini, que se parece apenas com o botão e adquire um tom de castanho cor de café, possui um sabor mais distinto. O cogumelo portobelo, cujo grande tamanho e sabor a carne o torna numa maravilhosa entrada vegetariana, é na verdade um cogumelo crimini excessivamente desenvolvido. O nome cientifico para estes cogumelos é Agaricus Bisporus.
Tomate
O tomate é o fruto da planta Lycopersicon Lycopersicum é um membro da famíliaSolanaceae. O nome que foi dado a este legume nas várias línguas do mundo reflecte alguma da história e mistério que a envolve. Lycopersicon significa “pêssego lobo” em latim e remete para a antiga crença que, tal como o logo, este legume era perigoso. Em francês é chamado “pomme d’amour” que significa “maçã de amor”, uma vez que se acreditava ter propriedades afrodisíacas, e na Itália é chamada “pomodoro” que significa “maçã dourada”, devido ao facto das primeiras espécies que os italianos conheceram terem sido de cor amarela.
Independentemente do seu nome, o tomate é um alimento extremamente popular e muito versátil, podendo ser encontrado numa multiplicidade de formas, cores e tamanhos. Existem tomates cereja, tomates em cacho, tomates em forma de pêra, tomates amarelos, vermelhos, roxos, laranja e verdes, entre outros.
Apenas os frutos do tomateiro podem ser comidos, já que as folhas contêm alcalóides tóxicos que são prejudiciais ao organismo. Os tomates têm segmentos carnudos no seu interior preenchidos com sementes e rodeados por uma matriz aquosa.
Embora os tomates sejam frutos no sentido botânico do termo, não têm a mesma doçura das outras frutas. Ao invés, esta doçura é substituída no tomate por um ligeiro sabor amargo e ácido. Os tomates são preparados e cozinhados como outros legumes, e é por isso que são categorizados dessa forma.
Pimenta
Os pimentos são como o Natal do mundo vegetal, ornamentos maravilhosamente moldados, de aspecto brilhante e com uma variedade de cores vivas, como verde, vermelho, amarelo, roxo, laranja e até preto. Apesar da sua paleta variada, todos pertencem à mesma planta, cientificamente conhecida como “Capsicum Annuum”, e são membros da família “Nightshade”, que também inclui a batata, tomate e beringela.
Os pimentos são legumes “roliços”, moldados em forma de sino com três ou quatro lobos, existindo contudo outras variedades que têm uma forma mais cónica e sem distinção de lobos.
O pimento mede normalmente entre 5 a 13 centímetros de diâmetro e entre 5 a 15 centímetros de comprimento. Dentro do tecido carnudo existe uma cavidade interior com sementes, que embora comestíveis possuem um forte sabor amargo, e um núcleo esponjoso.
Os pimentos têm uma deliciosa, crocante e ligeiramente aguada textura. Os pimentos verde e roxo têm um sabor ligeiramente amargo, enquanto que o vermelho, laranja e amarelo são doces e quase frutados. O pimentão doce e paprika são preparados a partir dos pimentos de cor vermelha.
Pepino
A expressão “fresco como um pepino” não é sem mérito. O elevado teor de água deste legume atribui-lhe um sabor húmido e frio.
Os pepinos, cientificamente conhecidos como Cucumis Sativus, tanto podem ser comidos crus ou em pickles. Os pepinos apresentam uma forma cilíndrica, e um comprimento que varia entre os 15 e os 23 cm, apesar de poderem ser muito mais pequenos ou maiores. A sua pele, que varia de verde para branco, tanto pode ser lisa como enrugada, dependendo da variedade. No interior do pepino existe uma carne esbranquiçada, verde pálido, que tanto é densa como aquosa e crocante, e uma grande quantidade de sementes comestíveis.
Algumas variedades são cultivadas em estufas, não têm sementes, são de pele lisa e variam entre os 30 e os 50 cm. Estas variedades são muitas vezes referidas como “pepino sem arroto”, uma vez que são bastante mais fáceis de digerir do que as outras variedades.
Os pepinos que são cultivados para fazer pickles são muito mais pequenos que a variedade para comer cru. O pepino “gherkin” é uma espécie cultivada especialmente para esse propósito
Nabo
Os grelos são as folhas verdes da planta do nabo, conhecidos pela sua saborosa raiz. O Nabo, conhecido cientificamente como Brassica Rapa, pertence à família das Cruciferae, e é um primo de outros legumes muito importantes na nutrição e saúde humana, como a couve, repolho ou bróculos.
O seu ligeiro sabor amargo é na realidade muito apreciado sendo utilizado na confecção de sopas da cozinha de todo o mundo, com especial destaque para a cozinha sul-americana e mediterrânica.
Inhame
Os inhames são membros da família Dioscoreae. Dependendo da variedade do inhame, entre cerca 200 possíveis espécies, a sua polpa pode ser de cores variadas, incluindo branco, marfim, amarelo ou roxo, e a pele espessa pode adquirir tonalidades brancas, rosa ou castanho. A sua forma é longa e cilíndrica e a textura exterior é áspera e escamosa. Os inhames têm uma textura bastante “escorregadia” e amilácea quando são cozinhados, podendo ser cremosa ou firme, dependendo da variedade. O sabor é a terra e a grande maioria das espécies tem muito pouca, ou nenhuma, doçura. Podemos distinguir três tipos principais de inhame, o inhame havaiano (Dioscorea Alata), o inhame coreano (Dioscorea Batatas) e o inhame doce (Dioscorea Esculenta).
Quando este tipo de batata doce de cor alaranjada foi introduzido no Brasil em meados do século XX, os produtores queriam distingui-la da batata doce normal a que estavam habituados. Aprovaram a palavra “inhame” que tem origem em “Nyami”, a palavra africana para a raiz das plantas do género Dioscorae.
Quando experimentar o sabor e textura distinta do verdadeiro inhame, irá então saber a diferença e apreciar cada uma dessa raízes pelas suas propriedades únicas.
Couve-flor
A couve flor é um vegetal crucífero, como tal está na mesma unidade familiar dos bróculos, couve de bruxelas e repolho. Têm uma cabeça compacta (chamada de “coalhada”), com uma média de 15 cm de diâmetro, e composto por “botões” florais subdesenvolvidas. As flores estão associadas a um caule central, que quando divididas e separadas em gomos, aparenta ser uma árvore pequenina, facto este que agrada a muitas crianças.
A rodear a couve flor existem folhas grossas que a protege da luz solar, impedindo o desenvolvimento de clorofila. Enquanto este processo contribua para a coloração branca da maioria das variedades, a couve flor também pode ser encontrada em cor verde e roxo. Entre estas, as folhas e floretes são mais pequenos, e as folhas são tenras e comestíveis.
A couve flor crua tem uma textura esponjosa, embora firme, e um ligeiro sabor sulfuroso e amargo.
Couve
A couve, ou repolho, é um membro da família das crucíferas, e está relacionada com os bróculos e couves-de-bruxelas. A couve tem uma forma arredondada e é composta por camadas sobrepostas de folhas. Existem três tipos principais de couve: verde, vermelho e savoy. A cor verde da couve varia de verde pálido a verde-escuro, enquanto que a variedade vermelha da couve tanto é roxa como carmesim com veias brancas a atravessar as folhas. As folhas da couve verde e couve vermelha são lisas, enquanto que as folhas da variedade Savoy são mais enrugadas e de cor amarelada.
Como o interior das folhas da couve estão protegidas da luz solar, são mais claras na coloração. As variedades verde e vermelha da couve apresentam um sabor mais definido e uma textura crocante quando comparadas com a variedade Savoy, de natureza mais delicada.
Outras variedades de couve disponíveis no mercado são a Bok Choy ou a Couve Chinesa (Napa). A Bok Choy tem um sabor leve e uma maior concentração de vitamina A. A Couve Chinesa, com as suas folhas verde pálido, é muito utilizada em saladas.
Ervilhas
Quando a maioria das pessoas pensa em ervilhas, lembra-se delas como o alimento que “adoravam detestar” quando eram crianças, ainda que fossem extremamente divertidas de brincar no prato durante as refeições. Contudo, muitas destas crianças ao tornarem-se adultos ganham um renovado apreço por este delicioso e vibrante alimento, devido ao seu maravilhoso sabor e textura. Existem normalmente dois tipos de ervilhas que são consumidos, a ervilha-torta, sendo utilizados o grão e a vagem, e também a ervilha de debulhar, que como o nome indica, apenas permite o consumo do grão.
As ervilhas comuns são cientificamente conhecidas com Pisum Sativum, sendo uma planta anual, ou seja com um ciclo de vida de um ano. O peso médio de uma ervilha varia entre os 0.1 e 0.40 gramas, sendo utilizadas na gastronomia enlatadas, frescas, congeladas ou até secas.
As ervilhas são cultivadas há milhares de anos, sendo o ponto de foco localizado na Síria e Turquia, e há quem defende que as ervilhas estão associadas à difusão da agricultura no Neolítico na Europa.